A vencedora de melhor atriz coadjuvante no Golden Globe foi a apresentadora de talk show, atriz e comediante, Mo'Nique. O filme que rendeu o prêmio foi Preciosa, uma história deprimente sobre uma adolescente negra maltratada pelos pais. O filme é produzido pela Oprah, um fenômeno da mídia americana. O sucesso de Mo'Nique (e do filme Preciosa) me fez pensar no papel das mulheres negras na mídia americana. Tanto a Oprah quanto a Mo'Nique (mantendo as devidas proporções) são mulheres negras, líderes de audiência com seus programas e formadoras de opinião. Elas orquestram com uma força esmagadora o pensamento e o comportamento de milhares de mulheres americanas. O surpreendente? A maior parte das mulheres que assistem aos programas são brancas! É só olhar o público que participa efusivamente do programa da Oprah. A maior parte das mulheres que estão na platéia ou sentadas no sofá, são brancas. É importante ressaltar que os programas tratam de coisas simples do cotidiano das mulheres: casamento, divórcio, filhos, dívidas etc. As duas tem uma origem humilde, batalharam e conseguiram um sucesso estrondoso. No Brasil, o quadro é inverso. As nossas apresentadoras são loiras, brancas e pertencem ao quadro da classe média ou da elite brasileira. Ana Maria Braga foi casada com um milionário tempos atrás e Hebe Camargo já faz parte das gracinhas do Maluf faz tempo. Elas estão o tempo todo preocupadas em dar lição de moral para o seu público e poderiam ser representantes de qualquer movimento W.A.S.P (movimento conservador dos brancos americanos protestantes) sem medo se ser feliz. Este quadro indica duas coisas: a sociedade americana e mais complexa e flexível do que eu pensava e a classe média brasileira é tão conservadora e elitista que beira o ridículo.
Há 2 horas
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