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Cuide bem do seu amor

Eu me casei aos 20 anos e me separei aos 32, completamente destroçada depois de anos vivendo um relacionamento péssimo. Com duas filhas e muito trabalho para dar conta, não pensava em me casar novamente. Nunca! Jamais! Aos 34, fui participar de uma reunião de trabalho nos cafundós do nordeste (lá mesmo onde o vento faz a curva três vezes). Pois foi justamente naquela terra de ninguém - uma realidade aumentada de sucupira - que conheci o meu amor. Esqueçam perfil, tipo de homem, posição sócio-econômica ou beleza física. Quem é agraciado com o verdadeiro "raio" que os italianos conhecem bem, sabe que nada disso faz diferença. Conheci meu amor no dia 30 de junho de 2002 e desde então não nos desgrudamos mais. Larguei tudo, casa, trabalho, a cidade maravilhosa, e vim morar no nordeste com o meu amor. Insanidade temporária, eu poderia alegar, mas ele chamava de "pular da ponte" para viver a vida (não é coincidência que As Pontes de Madison seja um dos meus filmes favoritos). Vivemos uma vida boa, apesar da torcida contra dos nossos inimigos (ô, e como se arruma inimigos quando se decide viver um grande amor). Tivemos uma filha que hoje está com cinco anos, apesar dos indicativos médicos que eu não poderia mais engravidar. No último dia 30 de junho, exatamente oito anos depois de nos conhecermos, meu amor me deixou, vítima de uma crise hipertensiva. Penso nos nossos planos, em tudo o que vivemos e sempre penso que eu poderia ter sido mais tolerante, mais compreensiva, ter um gênio melhor... É patético, porque nada do que eu possa pensar em ter sido, faz qualquer diferença agora. Quando nada faz sentido, só posso dizer uma coisa: cuide bem do seu amor, todo tipo de amor (amigos, filhos, marido, esposas, namorados).

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