Não é muito fácil manter a racionalidade diante das cenas da polícia batendo em professor por duas razões: sou professora, filha de professora e minha mãe também apanhou da polícia no Rio de Janeiro, na década de 80. A foto que está bombando na blogosfera mostra um sujeito (que todos pensavam ser um professor), carregando uma policial ferida durante o protesto de professores em São Paulo. Mais tarde, foi divulgado que o sujeito é um policial à paisana, infiltrado no protesto. Bom, sabe aquela história, depende do que vem depois? Diante de um fato novo, o fazendeiro filosoficamente dizia: pode ser bom, pode ser ruim, depende do que vem depois. Pois é, ela se aplica muito bem ao caso. Diante das fotos que mostravam um professor (aparentemente) carregando um policial ferido, todos se comoveram e apontaram a imagem como uma expressão da falta de bom senso de todo o confronto. Pode ser bom, pode ser ruim. Depende do que vem depois. A Polícia Militar de São Paulo para provar que professor é tudo raça e nenhum deles é bonzinho, lança um comunicado afirmando que o dito cujo era um policial à paisana. Pode ser bom? Depende do que vem depois. Perplexos, os blogueiros não entendem como um policial pode ter barba e concluem que ele é um infiltrado P2, como nos áureos tempos da ditadura. Pode ser bom? Depende do que vem depois. A polícia tenta explicar e se enrola mais ainda, afirmando que o sujeito é marido de uma professora e estava no evento para apoiar o protesto. Pode ser bom? Pode. Serra deve perder a eleição!
Há 3 horas
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