O filme As Pontes de Madison é mais do que uma bela história, é um filme que fala sobre as nossas escolhas e as eternas lutas internas que carregamos junto conosco para o resto de nossa vida: e se fosse diferente? Se tivesse dado certo, se eu tivesse sorrido, se não... Ninguém pode saber ao certo como seria se os caminhos escolhidos fossem outros, mas a possibilidade de escolher faz nossa imaginação correr solta durante algum tempo.Basicamente conta a história de um casal, ela uma dona-de-casa e um fotógrafo que viajou até a cidadezinha que ela vive para tirar fotos das famosas pontes de Madison. É um casal maduro, a relação deles é contada através de palavras, olhares, desejos, mas é tão delicado e impactante...Mesmo quem nunca foi casado acaba de perguntando ao final sobre suas escolhas em todos os relacionamentos. Há algumas semanas atrás conheci um homem casado muito interessante e apesar de nenhuma palavra suspeita ter sido dita,era evidente o clima de atração no ar. Não estou falando de flertes óbvios ou armação, estou me referindo exatamente ao contrário, quando a atração física existe e as duas partes, por inúmeras razões, reprimem e disfarçam ao máximo o que estão sentindo e a história morre por aí. Em alguns momentos esta situação é tão intensa que até as pessoas próximas percebem, porque não conseguimos evitar de olhar para os lábios do outro, as mãos não param quietas, qualquer piada é motivo de risadinhas nervosas, enfim, todo aquele ritual prévio que passamos várias vezes ao longo da vida. Só que neste caso, já sabemos de antemão que não vai dar em nada, diferente de quando estamos livres e solteiros e já nos imaginamos casados com três filhos... Aliás, isto é fato, nós mulheres pensamos mesmo nisso e não como uma visão romântica ou como estratégia de fisgar marido. Penso que é simplesmente uma verificação se o provável parceiro cabe em um quadro de convivência possível, caso alguma coisa abomine esta possibilidade, já descartamos logo. Não é um ensaio romântico, é estratégia de sobrevivência genética da espécie. Já saí com indivíduos que ao final da noite eu só podia pensar que não existiria nenhuma possibilidade de enquadrar a figura em nenhum contexto familiar ou com os amigos. Depois de classificado como diversão only, a coisa vai esfriando até que acaba... No caso deste homem em especial, tudo que fica depois de um encontro desses é a imaginação, o pensamento igual ao final do filme, o que aconteceria se eu fosse ao seu encontro? Toda a minha vida mudaria num instante? Nós seríamos felizes? Nossa paixão seria insaciável? Envelheceríamos juntos? Muitas vezes nada disso resiste ao próximo encontro, mas em alguns casos carregamos para sempre a lembrança de algo que poderia ter sido. É a eterna dúvida do "se", que alguém já afirmou ser uma palavra de duas letras que é sinônimo de inutilidade. Só ajuda o tempo a passar pensando besteiras...
Há 4 horas
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