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Moda Horrorosa?

Quando foi lançado o filme da série Sex and The City eu não entendi muito o frisson por causa do figurino, parecia que as roupas eram mais importantes do que a própria história. É uma manobra antiga, contar um drama feminino no qual a roupa e os acessórios são mais importantes do que os fatos. Vários autores da lista dos mais vendidos escrevem romances açucarados usando o mesmo artifício. Eu já caí na mesma armadilha, anos atrás fui escalada para uma palestra importante na Gerdau, na qual o próprio dono ia estar presente. Fui direto do trabalho para o evento, arrasada por não ter caprichado no visual. Quando eu contei para a minha mãe, aos prantos, que não pude me preparar para o evento, ela disse preocupada: - Nossa, se você soubesse antes poderia ter lido alguma coisa e escrito um texto melhor. Parei de chorar e disse irritada: - Que texto o que! Eu queria era ter feito uma escova e colocado meu vestido cinza, aí sim, eu ia abafar... Logo, meus leitores favoritos, eu também tenho o meu lado fútil, mas confesso que nunca achei que a obsessão da Carrie por sapatos e roupas fosse legal. Eu assisti um daqueles programas do Actor's Studio com ela, e as perguntas da platéia de alunos eram todas sobre a boa forma, a elegância, os modelos etc. Eu já assisti vários outros episódios e as perguntas dos alunos costumam ser sobre a técnica de interpretação, personagem favorito etc. Hoje saiu no jornal que a Carolina Herrera disse que a moda de Sex and The City é horrorosa! Eu fiquei tão aliviada, porque eu achava que não estava entendo mais nada de moda quando vi esse chapéu horroroso que a Sarah Jessica Parker usou na divulgação do filme sem medo de ser feliz...

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Minha casa tem história

Eu sempre gostei de decoração, é quase como um passatempo. Na minha casa tenho vários móveis desenhados por mim e executados por um marceneiro barateiro. Durante um tempo eu comprava revistas de decoração para ver as tendência de cores, idéias de marcenaria etc. Eu sempre detestei o exagero na arrumação dos ambientes com suas colchas milimetricamente esticadas e estantes que pareciam não pertencer à um habitante do planeta Terra. Eu me lembro de uma edição na qual um casal com filhos comprou um novo apartamento, fez uma reforma total e a arquiteta se gabava de que eles não levaram absolutamente nada da outra casa, mudaram apenas com as malas e as escovas de dentes! Como assim? Será que uma família com filhos não tem nada para levar com valor sentimental? Um quadro, um móvel, uma colcha, sei lá! Eu faria o inverso, mesmo se me tornasse milionária da noite para o dia levaria inúmeros objetos que me são caros apenas pelas lembranças. Assim, fiquei surpresa com a chamada da próxima edição da Casa e Jardim que afirma: "tendência transformadora recai sobre a decoração. Sem pudores, desafia o impecável e propõe um jeito simples de enxergar o belo. As trincas, as ferrugens e os carcomidos contam histórias de família e momentos de felicidade". Puxa vida, eles finalmente descobriram que as casas são habitadas por pessoas! Pessoas possuem histórias de vida que são construídas e representadas no seu cotidiano, na disposição dos móveis, nas cores das cortinas, no sofá gasto e manchado... O que era feio tornou-se um marco de uma vida muito bem vivida e sai de cena o impecável para entrar a experiência, como algo positivo nos seres humanos, menos robóticos e mais reais. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca teve um armário bagunçado ou preguiça de arrumar o quarto...

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