Eu sempre gostei de decoração, é quase como um passatempo. Na minha casa tenho vários móveis desenhados por mim e executados por um marceneiro barateiro. Durante um tempo eu comprava revistas de decoração para ver as tendência de cores, idéias de marcenaria etc. Eu sempre detestei o exagero na arrumação dos ambientes com suas colchas milimetricamente esticadas e estantes que pareciam não pertencer à um habitante do planeta Terra. Eu me lembro de uma edição na qual um casal com filhos comprou um novo apartamento, fez uma reforma total e a arquiteta se gabava de que eles não levaram absolutamente nada da outra casa, mudaram apenas com as malas e as escovas de dentes! Como assim? Será que uma família com filhos não tem nada para levar com valor sentimental? Um quadro, um móvel, uma colcha, sei lá! Eu faria o inverso, mesmo se me tornasse milionária da noite para o dia levaria inúmeros objetos que me são caros apenas pelas lembranças. Assim, fiquei surpresa com a chamada da próxima edição da Casa e Jardim que afirma: "tendência transformadora recai sobre a decoração. Sem pudores, desafia o impecável e propõe um jeito simples de enxergar o belo. As trincas, as ferrugens e os carcomidos contam histórias de família e momentos de felicidade". Puxa vida, eles finalmente descobriram que as casas são habitadas por pessoas! Pessoas possuem histórias de vida que são construídas e representadas no seu cotidiano, na disposição dos móveis, nas cores das cortinas, no sofá gasto e manchado... O que era feio tornou-se um marco de uma vida muito bem vivida e sai de cena o impecável para entrar a experiência, como algo positivo nos seres humanos, menos robóticos e mais reais. Afinal, atire a primeira pedra quem nunca teve um armário bagunçado ou preguiça de arrumar o quarto...
Há 2 horas
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